Estação de maio
A salvação opera nos abismos.
Na estação indescritível,
o gênio mau da noite me forçava
com saudade e desgosto pelo mundo.
A relva estremecia
mas não era pra mim,
nem os pássaros da tarde.
Cães, crianças, ladridos,
despossuíam-me.
Então rezei: salva-me, Mãe de Deus,
antes do tentador com seus enganos.
A senhora está perdida?
Disse o menino,
é por aqui.
Voltei-me
e reconheci as pedras da manhã.
Adélia Prado.
Um comentário:
Não sei se entendi os caminhos que perpassam pelas imagens e o poema.
Como vivemos no inferno/paraiso do relativismo, muitas trilhas são possíveis...
Mas na estrada principal, minha saudação por esse blog estar novamente no ar.
beijins.
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