Beatles tocando na vitrola. I’m so tired. Assim estou. O vazio como cenário, revival sem ocasião num puro acaso que pontua. De meu peito tudo escapa. Onde os pontos de partida ou de chegada? Onde portos seguros? Coleciono indefinições.
Há algum tempo atrás pensei que houvesse colocado um ponto final nisto tudo. Tolice, eram só reticências. Saio de mim como num trailer do cinema fantástico e persigo a imagem desfocada. Acostumada a enquadres, coloco os óculos e nada acontece. Interrogo minha luz interna e ela não responde. Nem pisca. Olhos cegos para dias nublados.
Desespero e reajo. O orgulho fala mais alto e meu corpo estremece. Brava como uma histérica, grito que não preciso de um cão que me guie pelas estradas, que me atravesse as esquinas ou me avise sobre as armadilhas do caminho. Traço um esquema e uso a razão. Recaio no erro: acreditando no risco das palavras, esqueço que sangro.
Respiro. Tento a yoga. Talvez o milenar saber me saiba. Por uns momentos pretendo perder a ilusão de que estar a seu lado bastaria. Herbert Vianna bem sabia que não há nada de novo e ainda somos iguais. Fantasia compensatória. Recurso ingênuo da criança que deseja o doce dos outros. Continuo sem fôlego. Com olhos ardentes fixos num ponto, ainda tento calar as vozes do silêncio obrigatório. Mas não choro. Afinal de contas seria isto o esperado. Talvez fosse a saída para este constrangimento adotar um slogan do tipo meu coração não se cansa de ter esperança. Até que me faria bem. Mas minha inteligência não permitiria uma negligência tamanha, não me deixaria impune. Fácil demais, simples em excesso, reducionista horrores. Paro de respirar e abandono o oriente.
Busco pela imagem. Dizem que uma imagem vale mais do que mil palavras. Será? Encaro Pacino que dança com os olhos mudos e sempre me surpreende os truques cinematográficos. Identifico-me com o personagem e pergunto: por que não eu? Esqueço que estou do lado de cá e que não faço sucesso algum. Assim sendo, bato o martelo e prescrevo o nada danço. Meus ombros não se mexem e as pernas enrijecem. Entendo que, paradoxalmente, já dancei. No sentido literal, constato ter sido em épocas tão distantes que nem me lembro mais; no simbólico, está sendo, tempo presente e agora.
Sem mais nem menos e em grande estilo, Lupiscínio entra na voz sonora da mulher que diz das saudades de um moço, por favor. Sei que não vou resistir por muito tempo. Por um momento, consigo saber de mim na sombra do fósforo que acende o cigarro.
Capitulo. Hei! moço, por favor, me diga que posso dormir em paz!
Há algum tempo atrás pensei que houvesse colocado um ponto final nisto tudo. Tolice, eram só reticências. Saio de mim como num trailer do cinema fantástico e persigo a imagem desfocada. Acostumada a enquadres, coloco os óculos e nada acontece. Interrogo minha luz interna e ela não responde. Nem pisca. Olhos cegos para dias nublados.
Desespero e reajo. O orgulho fala mais alto e meu corpo estremece. Brava como uma histérica, grito que não preciso de um cão que me guie pelas estradas, que me atravesse as esquinas ou me avise sobre as armadilhas do caminho. Traço um esquema e uso a razão. Recaio no erro: acreditando no risco das palavras, esqueço que sangro.
Respiro. Tento a yoga. Talvez o milenar saber me saiba. Por uns momentos pretendo perder a ilusão de que estar a seu lado bastaria. Herbert Vianna bem sabia que não há nada de novo e ainda somos iguais. Fantasia compensatória. Recurso ingênuo da criança que deseja o doce dos outros. Continuo sem fôlego. Com olhos ardentes fixos num ponto, ainda tento calar as vozes do silêncio obrigatório. Mas não choro. Afinal de contas seria isto o esperado. Talvez fosse a saída para este constrangimento adotar um slogan do tipo meu coração não se cansa de ter esperança. Até que me faria bem. Mas minha inteligência não permitiria uma negligência tamanha, não me deixaria impune. Fácil demais, simples em excesso, reducionista horrores. Paro de respirar e abandono o oriente.
Busco pela imagem. Dizem que uma imagem vale mais do que mil palavras. Será? Encaro Pacino que dança com os olhos mudos e sempre me surpreende os truques cinematográficos. Identifico-me com o personagem e pergunto: por que não eu? Esqueço que estou do lado de cá e que não faço sucesso algum. Assim sendo, bato o martelo e prescrevo o nada danço. Meus ombros não se mexem e as pernas enrijecem. Entendo que, paradoxalmente, já dancei. No sentido literal, constato ter sido em épocas tão distantes que nem me lembro mais; no simbólico, está sendo, tempo presente e agora.
Sem mais nem menos e em grande estilo, Lupiscínio entra na voz sonora da mulher que diz das saudades de um moço, por favor. Sei que não vou resistir por muito tempo. Por um momento, consigo saber de mim na sombra do fósforo que acende o cigarro.
Capitulo. Hei! moço, por favor, me diga que posso dormir em paz!
Pintura: Subway Platform, Raphael Soyer.