quarta-feira, julho 12, 2006

Como uma flor vermelha.
















Como uma flor vermelha.

À sua passagem a noite é vermelha,

E a noite que temos parece

Exausta, inútil, alheia.

Ninguém sabe onde vai nem donde vem,

Mas o eco dos seus passos

Enche o ar de caminhos e de espaços

E acorda as ruas mortas.

Então o mistério das coisas estremece

E o desconhecido cresce

Como uma flor vermelha.

Sophia de Mello Breyner, in Poesia, Obra Poética.