sábado, abril 25, 2009

Baiana de Jorge.


"Mas eu vou num canto, vou num pai de santo pedir
Qualquer dia
Que me dê um despacho, um banho de erva e uma guia
Tenho aqui um endereço um senhor que eu conheço me deu
Há 3 dias
O mais velho é batata diz tudo na exata, é uma casa em Caxias."
Imagem: Sandra Porto.

quinta-feira, abril 16, 2009

Vestido de Chita Mô Fio!


Vem cá morena que eu quero te amar
Vem cá morena que eu quero te beijar

Teu vestido de chita no vento se arrebita
Fazendo os meus olhos parar
O seu corpo dourado quero abraçado
Quero contigo casar

Vem cá morena que eu quero te amar
Vem cá morena que eu quero te beijar.


Composição: Armando Assumção / Beto Santanna.

Fotógrafa: Ananda Porto.

Luz da Cidade.


A luz da cidade cintila
O palco é a rua deserta
Aberta, tranqüila
A mesma voz a cantar

E o som sentimento profundo
Mais fundo que as dores caladas
Olhei-me nos olhos do mundo
Sonhei acordada

O tempo que me atravessa
Não cessa a emoção passada
Tropeços, promessas
O sonho não pode parar

E a história nem sempre contada
Cantada por minha paixão
Explodindo o meu coração
Traduzindo a lição
Dos que morrem de amar

Estive em cada solidão
Em forma de canção
Espalhei-me no ar.

Roberto Mendes, Jorge Portugal. Cantada por Maria Bethânia.

Fotógrafa: Ananda Porto.


Mar de Estrelas.


Que nenhuma estrela queime o teu perfil

Que nenhuma estrela queime o teu perfil
Que nenhum deus se lembre do teu nome
Que nem o vento passe onde tu passas.

Para ti criarei um dia puro
Livre como o vento e repetido
Como o florir das ondas ordenadas.

Sophia de Mello Breyner.

Fotógrafa: Ananda Porto.

Mar a-dentro.


























A minha vida é o mar o Abril a rua
O meu interior é uma atenção voltada para fora
O meu viver escuta
A frase que de coisa em coisa silabada
Grava no espaço e no tempo a sua escrita
Não trago Deus em mim mas no mundo o procuro
Sabendo que o real o mostrará
Não tenho explicações
Olho e confronto
E por método é nu meu pensamento
A terra o sol o vento o mar
São a minha biografia e são meu rosto
Por isso não me peçam cartão de identidade
Pois nenhum outro senão o mundo tenho
Não me peçam opiniões nem entrevistas
Não me perguntem datas nem moradas
De tudo quanto vejo me acrescento
E a hora da minha morte aflora lentamente
Cada dia preparada.

Sophia de Mello Breyner.

Fotógrafa: Ananda Porto.